ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA REALIZADA COM O OBJETIVO DE
DEBATER ACERCA DA REGULARIZAÇÃO DA VILA HIPÓDROMO-TAQUARI – PRIMEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 30-6-2009.
Aos trinta dias do mês de junho do ano de dois mil e
nove, reuniu-se, na
Rua Coronel Claudino, 10, bairro Cristal, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e
dezesseis minutos, o Vereador Sebastião Melo assumiu a presidência e declarou
abertos os trabalhos da presente Audiência Pública, a qual teve como Mestre de
Cerimônias o Senhor Ricardo Faertes, destinada a debater acerca da
regularização da Vila Hipódromo-Taquari (Vila Hípica-Cristal), conforme requerido pela
Associação de Moradores da Vila Hipódromo-Taquari, por meio do Processo nº
2282/09. Compuseram
a Mesa: os Vereadores Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre, e João Pancinha; a Senhora Cândida Gonçalves da Silva, Presidenta da
Associação de Moradores da Vila Hipódromo-Taquari; o Senhor Geraldo Portanova
Leal, representando a Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento
Estratégicos – SMGAE –; a Senhora Adriana Valer, representando a Secretaria
Municipal de Coordenação Política e Governança Local; a Senhora Márcia Germany
Dornelles, representando a Secretaria Municipal de Educação – SMED –; o Senhor
Humberto Ciulla Goulart, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação –
DEMHAB –; os Senhores Roberto Freitas e Luiz Severo e a Senhora Miriam da Rocha
Fernandes, do DEMHAB; o Senhor Luiz Carlos Warth Bichinho, representado o
Departamento Municipal de Água e Esgotos – DMAE –; o Senhor Jorge Alberto
Santos Bastos, do DMAE; o Senhor Gilberto Von Hügel Lisboa, representando a
Fundação de Assistência Social e Cidadania – FASC –; o Senhor Walter Dalla
Rosa, representando o Departamento de Esgotos Pluviais – DEP –; a Senhora Maria
Horácia Ribeiro, Presidenta da União das Associações de Moradores de Porto
Alegre – UAMPA –, e o Senhor Otacílio. Ainda, foram registradas as presenças da
Vereadora Sofia Cavedon e dos Senhores Rodrigo Maldini, Coordenador do
Escritório de Gestão Participativa do Programa Integrado Socioambiental, e
Paulo Marques, Suplente de Vereador da Bancada do PMDB deste Legislativo. A
seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca das normas a serem
observadas durante a presente Audiência Pública, informando que, após os
pronunciamentos da Senhora Cândida Gonçalves da Silva, dos Senhores Geraldo
Portanova Leal e Roberto Freitas e da Senhora Miriam da Rocha Fernandes, seria
concedida a palavra para manifestações
de representantes da comunidade e de Vereadores inscritos. Em continuidade, foram
iniciados os debates acerca de propostas do Governo Municipal para
regularização da Vila Hipódromo-Taquari (Vila Hípica-Cristal), tendo o Senhor
Presidente concedido a palavra à Senhora Cândida Gonçalves da Silva, aos
Senhores Geraldo Portanova Leal e Roberto Freitas e à Senhora Miriam da Rocha
Fernandes, que se pronunciaram sobre o assunto. Após, o Senhor Presidente
concedeu a palavra aos inscritos, que se pronunciaram na seguinte ordem: o Senhor José Álvaro Barreto Ribeiro,
Presidente da Associação Comunitária Icaraí I; o Senhor Ricardo Souto Martins,
morador da Vila Hipódromo; a Senhora Desirée Gomes Cardoso, moradora da Vila
Hípica; a Senhora Fabiane Hübner Alves, moradora da Avenida Icaraí; o Senhor
Adão Silveira Borges, morador da Vila Hípica; o Senhor Lenemar Bastos, morador
da Vila Icaraí II; a Senhora Jurema Barbosa Silveira, moradora da Vila
Foz-Cavalhada; o Senhor Adriano Panini Ferreira, morador da Vila Hípica; a
Vereadora Sofia Cavedon; a Senhora Alice Rodrigues, moradora do bairro Cristal,
e a Senhora Rosane Guedes Teixeira, moradora da Vila Hípica. A seguir, o Senhor Presidente
concedeu a palavra aos Senhores Roberto Freitas, Humberto Ciulla Goulart, Geraldo
Portanova Leal, Márcia Germany Dornelles
e Cândida Gonçalves da Silva, para manifestações e resposta aos questionamentos
formulados pelos participantes da presente Audiência Pública. Na oportunidade, os Senhores
Álvaro Barreto e Humberto Goulart manifestaram-se acerca de datas a serem
definidas para realização de visita de representantes dos Poderes Executivo e
Legislativo Municipais à comunidade da Vila Hipódromo-Taquari (Vila
Hípica-Cristal). Em prosseguimento, o Senhor Presidente pronunciou-se acerca da
presente Audiência Pública. Às vinte e uma horas e vinte minutos, nada mais
havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos da
presente Audiência Pública. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador
Sebastião Melo. Do que eu, Sebastião Melo, determinei fosse lavrada a presente
Ata, que será assinada por mim e pelo Senhor 1º Secretário.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (Ricardo Faertes): Estão abertos
os trabalhos da presente Audiência Pública. Boa-noite, senhoras e senhores,
esta Audiência Pública tem o objetivo de debater acerca da regularização da
Vila Hipódromo Taquari. “O Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, no
uso de suas atribuições legais, comunica à comunidade porto-alegrense a
realização de Audiência Pública no dia 30 de junho de 2009, às 19h, na Rua
Coronel Claudino, nº 10, bairro Cristal, com o objetivo de debater acerca da
regularização da Vila Hipódromo Taquari, Vila Hípica – Cristal. Gabinete da
Presidência, 1º de junho de 2009. Ver. Sebastião Melo, Presidente.”
De imediato, passamos a composição da Mesa dos
trabalhos: Exmo Ver. Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal
da Porto Alegre; Srª Cândida Gonçalves da Silva, Presidente da Associação de
Moradores da Vila Hipódromo Taquari; Arquiteto Roberto Freitas, represente do
Departamento Municipal de Habitação; Sr. Geraldo Leal, representante da
Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico; Srª Adriana Valer,
representante da Secretaria Municipal de Coordenação Política e Governança
Local; Srª Márcia Dornelles, representante da Secretaria Municipal de Educação
– SMED; Sr. Luiz Carlos Bichinho, representante do Departamento Municipal de
Água e Esgotos; Sr. Gilberto Lisboa, representante da Fundação de Assistência
Social e Cidadania – FASC; Ver. João Pancinha. Registramos, por fim, a presença
da representação do Gabinete do Ver. Ervino Besson; Sr. Rodrigo Maldini,
Coordenador do Escritório de Gestão Participativa. Passo a palavra ao Exmo
Ver. Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Gostaria,
também, de convidar o Severo e o Jorge, do DMAE; é importante a presença de
vocês. Primeiro, nossa saudação
muito afetiva à nossa Presidenta Cândida, e, ao saudar a Presidenta, eu quero
que esta saudação seja estendida a todos os moradores desta comunidade; quero
saudar a Horácia, Presidenta da UAMPA, e convidar para participar, conosco, da
Mesa, (Palmas.) uma mulher de luta. Queria, inicialmente, informar que a nossa
Câmara, só nesta semana, vai produzir três Audiências Públicas. Esta de hoje;
na quinta-feira, mesmo que seja no dia do jogo do Grêmio, nós temos uma
Audiência para tratar sobre a possível remoção ou não do CTG Vaqueanos da
Tradição lá no Humaitá; e, no sábado, às 14h, nós estaremos em uma outra
Audiência, muito concorrida, na Vila Dique-Nazaré.
Eu
quero dizer que, desde quando assumimos a presidência, em janeiro do ano
passado, todas as Audiências Públicas solicitadas à Câmara foram deferidas de
pronto. E quero dizer que até o dia 31 de dezembro, quando estaremos encerrando
o nosso mandato, nós não vamos deixar para trás nenhuma Audiência Pública,
porque a gente acha que a Câmara tem que estar onde a população está. Muitos de
vocês, à noite, não teriam condições de se deslocarem até a Câmara, e muito
menos durante o dia. Então, o mínimo que o representante do povo pode fazer é,
ao receber um chamamento da comunidade, estar aqui.
E
eu quero ler, aqui, porque aí nós vamos começar, exatamente, esse debate. Eu
recebi, como Presidente da Câmara, um ofício datado do dia 18 de maio de 2009,
dizendo o seguinte (Lê.): “Sr. Presidente. A Associação de Moradores da Vila
Hipódromo-Taquari (Vila Hípica-Cristal), localizada na Rua Coronel Claudino, nº
7, solicita Audiência Pública na nossa comunidade. Assunto: esclarecimentos do
projeto de regularização desta comunidade, com apresentação do projeto na
íntegra, com a cópia a ser entregue à Associação de Moradores. Solicitamos a
presença do DEMHAB, de representantes do PISA – Projeto Integrado Socioambiental,
e do Sr. Prefeito José Fogaça para que as dúvidas dos moradores sejam sanadas.
Local a ser realizada a Audiência Pública: Rua Coronel Claudino, nº 10,
Lancheria Hípica-Cristal, entrada Vila Hípica, Jockey Club. Sem mais,
atenciosamente, aguardamos. Associação dos Moradores da Vila Hipódromo-Taquari
(Vila Hípica-Cristal). Assina a Presidenta da Associação, Srª Cândida da
Silva.”
Eu
quero aqui dizer que estamos atendendo, portanto, a uma solicitação da
comunidade. Segundo, eu quero agradecer à representação do Governo que aqui
atendeu a um convite, ninguém foi convocado; a Câmara não convoca, a Câmara
convida. Eu quero agradecer ao Geraldo, especialmente, que me ligou mais de uma
vez esta semana querendo saber dos detalhes para poder fazer a apresentação sobre
a matéria. Então, eu quero agradecer, porque aqui está o Governo quase que na
inteireza das suas respectivas áreas, porque a presença dos membros do Governo
vai, exatamente, dar condições ao debate.
Eu
quero informar as regras desta Audiência Pública. Primeiro, vai falar a
Presidenta; no segundo momento, vai falar o Geraldo, para fazer uma
apresentação geral do projeto; e, a partir deste momento, ao meu lado esquerdo,
estão abertas as inscrições para tantas quantas pessoas queiram se manifestar
sobre o tema. Podem, por favor, se dirigir aqui, agora, para se inscrever,
dando o nome, pessoa física ou entidade, para falar sobre a matéria. Nós temos
uma regra de que são 10 inscritos; mas eu tenho adotado uma regra que é para
quantas pessoas se inscreverem e que quiserem debater sobre a matéria; eu não
vou tirar a palavra de ninguém. Só vou pedir às pessoas que sejam concisas,
para que possamos enfrentar o tema desta reunião, porque se nós que estamos
aqui para tratar desse tema, e começarmos, na reunião, a tratarmos de outros
temas que não sejam o desta reunião, que não seja o convocado, nós não vamos
aproveitar a razão da reunião. Então esse é um apelo que eu faço a vocês para
que seja focado no tema pelo qual nós estamos aqui.
Então,
eu dou por aberta a nossa Audiência Pública, e, de imediato, eu concedo a
palavra à nossa Presidenta, para que ela possa fazer uma fala inicial, e depois
passarei ao Geraldo, para que ele possa fazer uma exposição, e, a partir de
então, nós ouvirmos as outras pessoas, e, depois, ao final, concederei a
palavra a todos os membros do Governo na medida em que os questionamentos forem
feitos relativamente às suas áreas. Com a palavra a Srª Cândida Gonçalves da
Silva, Presidenta da Associação de Moradores.
A
SRA. CÂNDIDA GONÇALVES DA SILVA: Boa-noite,
eu gostaria, em primeiro lugar, de pedir desculpas, porque eu não sou muito
chegada a microfone e serei bem rápida. Gostaria muito de agradecer a presença
da comunidade, porque o nosso interesse, e eu acho que esse é o maior
propósito, é mostrar à Câmara de Vereadores e ao próprio Governo presente como
nós realmente estamos interessados no nosso projeto. Gostaria, também, de
agradecer, porque assim como a Câmara fez o convite para o Governo, nós também
fizemos o convite. Nós não convocamos ninguém, nós convidamos as pessoas.
Então, eu acho que é uma maneira de agradecer a presença e a consideração das
pessoas aqui presentes.
Em
relação ao pedido de Audiência Pública, eu vou dizer que, não sei se seria como
um desabafo, a gente tem batalhado muito por esta comunidade, esta comunidade é
uma comunidade antiga, aqui dentro do Cristal, e bastante organizada, isso até
a gente pode perceber. Infelizmente, o nosso Projeto parou e tem causado muitas
dúvidas dentro da comunidade. E como a gente não consegue, muitas vezes, marcar
com o Governo, a gente vai nas reuniões da SAC, a gente observa que o Governo
não comparece nas reuniões do Orçamento Participativo, dando respostas e tal, a
gente acabou sabendo desse mecanismo da Audiência Pública. Foi quando nós
resolvemos chamar uma Audiência Pública para tentar acalmar a comunidade.
Diante disso, eu não gostaria muito de falar, até porque eu não tenho o dom da
palavra. Então, pelas reuniões que a gente faz dentro da comunidade, agora é a
hora de vocês esclarecerem qualquer dúvida que tenham com relação ao nosso
Projeto. Eu acho que ele abriu um espaço muito bom, as questões que forem
colocadas vão ser respondidas. Vamos aproveitar, gente, vamos tirar as dúvidas,
porque esta Audiência Pública é para nos unir e acalmar, para nós podermos
continuar a nossa luta e ir atrás daquilo que nós queremos conquistar. Então,
peço, encarecidamente, não se acanhem, não achem que a pergunta de vocês vai
ser boba. A pergunta por mais boba que seja, ela tem que ser esclarecida. Eu
não tenho mais nada para falar. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro
a presença da nossa querida colega Verª Sofia Cavedon, que nos honra com a sua
presença. (Palmas.)
A
senhora foi muito feliz em focar o objetivo da Audiência Pública. Eu estava
dizendo a Srª Cândida, antes de começar a reunião, que cada um de nós, dentro
do processo democrático, tem um papel. Nós achamos que uma Câmara de
Vereadores, que é o parlamento mais próximo da cidade, antes de produzir leis,
ele tem que fazer isso que nós estamos fazendo aqui e outras coisas. Mas,
também, tem que produzir leis e tem que fiscalizar o Executivo. Isso contribui
enormemente com o Executivo. Um Legislativo atuante contribui com a cidade. O
Projeto Socioambiental, que vocês vão ouvir, se não ouviram, é um Projeto
extraordinário para a Cidade. Ele foi concebido no ano 2.000, portanto, no
Governo anterior ao Governo José Fogaça e que foi reascendido pelo Governo
Fogaça, que prevê várias obras, entre elas os reassentamentos. Não é o caso da
totalidade desta comunidade, mas eles vão falar sobre isso. Então, eu acho que
vocês vão ter oportunidade de ouvir, fazer as perguntas, se entenderem que vai
ficar alguma coisa pendente, nós vamos levar isso lá para a Câmara, vamos
continuar, vamos criar um grupo de trabalho; a Presidenta vai estar junto; os
Líderes de Bancada vão estar juntos e nós vamos dar as informações necessárias
e por isso que está aqui, com toda certeza, todo o Governo, porque respeita
enormemente a comunidade.
O
Sr. Geraldo Leal está com a palavra.
O
SR. GERALDO LEAL: Boa-noite
a todos. Eu quero dizer para vocês que realmente é um prazer a gente poder
estar aqui, neste momento, e com a responsabilidade que nós temos de estarmos
representando não só a Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento
Estratégico, mas de estarmos representando a Prefeitura como um todo. Eu queria
cumprimentar a todos os colegas que, de alguma maneira, fazem parte dessa
corrente. Como vocês sabem, uma corrente é fundamental para que as coisas aconteçam.
Se um elo dessa corrente rompe, essa corrente não tem mais a sua finalidade. E
vocês são o principal elo dessa corrente. Muitas vezes - o Ver. Sebastião
colocou - o Poder Público fica devendo para a comunidade, e fica devendo por
questões muito simples, por não se comunicar. Então, é muito importante esse
instrumento que nós temos, que é a Audiência Pública.
Eu
quero cumprimentar também os Vereadores presentes, Verª Sofia, Ver. Pancinha, e
dizer para vocês que o que se pensou para este momento - e aí nós pedimos para
o Ver. Sebastião Melo, através da Câmara, trazer equipamentos para poder ajudar
nesta reunião – foi mostrar o que talvez a maioria saiba. Vocês já estão
cansados de reunião, vocês sabem da maior parte do Projeto, mas, pelo que nos
chega de notícias, muitos não sabem. Então, a ideia é apresentar para vocês,
rapidamente, sem nenhum show infotécnico ou coisa assim, apresentar
simplesmente qual é a ação do Projeto Socioambiental naquilo que se refere à
Vila Hípica. Quando se falou no Socioambiental, há quase nove anos de
existência, é importante frisar que a Vila Hípica foi uma das primeiras
comunidades que estava presente nesse projeto. Inclusive o projeto existente na
Vila Hípica se enquadra muito bem num processo de regularização. Então, eu
queria passar a palavra para o nosso colega Roberto, só para a gente resgatar
aquilo que era a proposta do Socioambiental para a Vila Hípica.
O
SR. ROBERTO FREITAS:
Boa-noite, pessoal. Eu hoje estou representando o Diretor do DEMHAB, Humberto
Goulart, que teve outro compromisso. E estamos aqui para tentar responder as
dúvidas de vocês. A gente trouxe uma pequena apresentação do Projeto. Como o
Geraldo falou, não é nenhum show pirotécnico, é só uma apresentação bem simples
do que a gente pretende para a área. O DEMHAB, como o Geraldo também falou,
está trabalhando com a Vila Hípica anterior ao Socioambiental. A Vila Hípica
estava no Programa de Regularização Fundiária da Prefeitura e ela entrou no
Socioambiental como uma maneira de viabilizar as demandas que vocês tinham.
Então, a Vila Hípica já saiu ganhando com isso. Com o Socioambiental ela
conseguiu as demandas que estavam represadas até então.
A Vila Hípica, dentro do
programa de regularização, tem uma peculiaridade que é a possibilidade de uso
de uma área livre junto da área ocupada anteriormente. Ela é uma vila pequena,
tem em torno de cem famílias, e muito densa, muito restrita, num local muito
pequeno. Antigamente, funcionava ali a Escola de Equitação, numa área do Estado
que foi retomada. Então, quando nós conseguimos a retomada dessa área, uma
negociação com o Estado no sentido de utilizar essa área para resolver
urbanisticamente a Vila Hípica, o nosso Projeto deu um salto de qualidade,
porque vamos poder desadensar, tirar as casas que estão muito apertadas e
colocar do lado, coisa que não acontece geralmente em áreas que são ocupadas em
que a gente trabalha. Para abrir acessos, abrir as vias é sempre um problema,
porque a gente não tem espaço para recolocar as famílias, então a gente tem
essa vantagem.
Como eu estava falando,
uma parte da Vila, hoje, está ocupada e na parte que está livre a proposta é a
construção de 35 unidades habitacionais, sendo que 33 estão na área nova, e
duas situações de casas muito precárias que estão sendo atingidas para a
abertura dos becos que vão ser reconstruídas também aqui internamente, então
são 35 no total. Tem a área de equipamento comunitário defronte à praça, e mais
a área de equipamento comunitário na esquina. Aqui, (mostra na tela) pintado em
amarelinho, são as casas que são atingidas totalmente com a abertura das vias.
Nós temos a Av. Cel. Claudino, a Rua B, a Rua G que já é pavimentada, a grosso
modo a gente está ligando, fazendo um acesso interno, que hoje não existe,
ligando todos os outros acessos. É um aceso restrito, de uso preferencial para
pedestre, mas que pode entrar um veículo para as pessoas que moram aqui. Todas
estas famílias, como eu tinha dito anteriormente, foram chamadas, nós mostramos
o Projeto e explicamos o que estava acontecendo, e também, as outras famílias
que vão ter no Projeto aqui os limites dos lotes alterados em função deste novo
desenho que a gente está propondo. No momento em que a gente retira casas daqui
- isto aqui é um fundo de lotes, alguns lotes vão ficar com frente para cá,
outros com frente para lá -, porque hoje o acesso é pelos becos bastante
estreitos, toda a área vai ser redividida para as casas que vão permanecer, e
as casas que são totalmente atingidas são relocadas para cá; então, as famílias
que são totalmente atingidas vão ocupar as casas novas na área nova. A área que
é destinada para creches fica na Av. Cel. Claudino esquina Av. Icaraí. Na
ocasião nós combinamos ter um espaço para a Associação de Moradores, e a gente
tem que voltar a discutir exatamente o objetivo de vocês para o uso dessa área,
e mais uma área que foi na ocasião acordado com a Secretaria da Saúde para eles
também colocarem um equipamento de saúde ali. Houve toda uma discussão com a
população que queria utilizar toda a área para equipamento de saúde e naquela
ocasião foi acordado que algum equipamento de saúde seria contemplado no
Projeto. (Mostra a foto.) Uma foto bem antiga que o Roberto incluiu, onde ainda
tinham algumas edificações da escola de equitação na esquina.
A
unidade habitacional são sobrados que são os mesmos modelos que estão sendo
construídos no PIEC, o Programa Entrada da Cidade. As fotos são de sobrados
construídos no Programa Entrada da Cidade; têm as casas térreas que são somente
seis e também uma foto, como exemplo, de uma casa térrea construída no Entrada
da Cidade; são dois dormitórios nas duas situações.
Aqui
algumas fotos que fizemos na época do levantamento, andávamos bastante na área,
conhecíamos bastante os detalhes, hoje em dia já não tenho mais esta lembrança,
mas a gente trouxe para demonstrar que todo o trabalho que foi feito ali dentro
tinha o objetivo de executar, não era nada à toa. São fotos dos becos que vão
ser alargados e de algumas casas que vão ser atingidas. Isso serve para
subsídio para o Projeto e para registro também, de como era, como vai ficar, e
depois fazer uma comparação. Era isso de minha parte. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Senhores,
nós temos um prazo de três minutos para as manifestações, eu acho que é a
oportunidade. Eu faço um apelo para que as pessoas mantenham–se em silêncio
para que possam ouvir as manifestações atentamente. Eu quero, de pronto,
agradecer os funcionários da Câmara, o nosso Diretor Legislativo Luiz Afonso,
as taquígrafas, os nossos jornalistas, os nossos servidores do Quadro geral que
nos auxiliam e dão apoio para que esta Audiência se realize. Eu quero chamar
para a primeira manifestação, e peço que, mesmo eu citando o nome, para fins de
degravação, quem vai falar diga o seu nome e a entidade que representa ou não
para que se possa, ao degravar, ter mais facilidade. Sr. Álvaro Barreto.
O
SR. ÁLVARO BARRETO:
Boa-noite, senhoras e senhores; boa-noite à Mesa, ao Presidente e aos
Vereadores e Vereadoras. A nossa preocupação é com relação ao que a Cândida
havia falado no início. Muitas vezes a gente faz um encaminhamento e não
acontece. A gente chama para o Orçamento Participativo, se fazem representar um
substituindo o outro, não trazendo muitas vezes as respostas para nós, e muitas
vezes nesse encaminhamento de vir a resposta para nós, não vem. As Secretarias
não comparecem. Eu quero também dizer que, quando foi feita a Audiência da
associação Comunitária da Icaraí I, lá na Câmara de Vereadores, apenas três
Vereadores estiveram lá. São 36 Vereadores – se não me engano, Sr. Presidente –
imaginem o compromisso, a responsabilidade que tem o Município de Porto Alegre,
apenas quem estava presente: o Ver. Sebastião Melo, Presidente; a Verª Sofia
Cavedon e o Ver. Todeschini. E os demais Vereadores, senhores? Isso nos
preocupa, porque, quando se faz certos encaminhamentos, eles têm um
compromisso.
E
quero dizer mais ainda, se ficar chateado comigo, não tem problema, mas a
gente, como líder comunitário, tem que fazer o encaminhamento, e eles têm que
dar solução. Nenhum líder comunitário vai para lá - ou aqui nas reuniões - e
recebe alguma coisa, mas o Município paga para a Câmara de Vereadores, e isso é
uma desonra.
Eu
vou direto ao assunto agora, a respeito da Vila Hípica. Eu vi a apresentação da
creche, que é uma coisa que estava encaminhada pela Associação. A pergunta que
faço: quando realmente irá iniciar? Quanto tempo? Outra preocupação: como vai
ser feito em relação às pessoas que já estão? Eles vão colocar em algum lugar
para fazer a construção? Como é que vai ser feito? Nós gostaríamos de um
esclarecimento a respeito disso.
Outra
coisa que está acontecendo, como o próprio Presidente, Ver. Sebastião Melo,
falou sobre a outra Audiência que terão na Nazaré, etc., mas a minha
preocupação, como deu para se ver aqui, é que tem duas situações, o tamanho da
casa e do apartamento. O apartamento é de mais ou menos 43 metros quadrados, e
a casa é de 44. Bem, qual é o valor realmente disso aí para fazer essa estrutura,
já que nós estamos tendo uma situação bem anormal no mundo, porque essas casas
nós não iremos pagar, tendo em vista as contrapartidas. Então, quero deixar bem
claro isso, para que na hora que fizer, e aí eu peço para vocês que prestem
muito bem atenção no que poderá ocorrer, para não acontecer o que está
ocorrendo lá na Vila Nova, casas rachadas, problemas de fiação, a questão da
construção, porque é uma casa para o resto da vida de vocês. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Estão
na Mesa conosco o Walter Della Rosa, representante do DEP, e o Otacílio. Passo
a palavra ao Sr. Ricardo Souto.
O SR. RICARDO SOUTO: Boa-noite a
todos, eu sou morador da Vila Hipódromo e, como os senhores mesmo colocaram,
este nosso Projeto é garantido, ele já é conhecido de todos nós e estamos
esperando por ele, desde 2004, não mudou nada. O nosso colega aqui perguntou
quando vai ser executado o Projeto. E eu quero saber, além de quando, que os
senhores vão responder, por que o Projeto está parado? Quais os projetos que
são mais prioritários que o nosso, se faz tanto tempo que esse Projeto está
sendo desenvolvido e, até agora, ele não foi executado? O que é que falta para
executar esse Projeto? É só isso.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Srª Desirée
Cardoso.
A SRA. DESIRÉE CARDOSO: Boa-noite, sou
moradora da Vila Hípica. A minha pergunta é muito simples, é uma pena o
Prefeito não estar aqui para responder pessoalmente. Mas já que ele não está,
espero que vocês consigam responder. Há pessoas, na Vila, que moram com as suas
famílias dentro da casa dos pais. Como é que fica a situação? Eu quero saber
até que ponto o Projeto está visando, também, a essas famílias, porque não
deixam de ser famílias. É muito falado que tem cerca de cem famílias morando
ali e, na verdade, não é; tem duas ou três famílias, às vezes, numa mesma casa.
E eu queria saber como fica a situação dessas pessoas. E, também, brevemente,
outra pergunta: a situação do bônus vai influenciar a quantidade de pessoas que
optarem pelo bônus para a construção das casas do Projeto?
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito
obrigado, Desirée. A Srª Jaqueline Silva, moradora da Vila do Hipódromo, está
com a palavra. (Pausa.) Desiste. A Srª Fabiane Alves está com a palavra.
A SRA. FABIANE ALVES: Boa-noite,
também sou moradora da Vila Hípica e, hoje, sou membro da Associação de
Moradoras. Eu sou moradora da região da Vila Hípica há 27 anos. Na verdade,
quero dizer que, quando meus pais vieram morar aqui na região, existiam apenas
duas casas. A primeira moradora daqui foi a Dona Gringa, que é avó da
Jaqueline, a moça que não quis vir falar, mas tudo bem. A partir daí, começou a
se criar a Vila Hípica. E, hoje, eu me pergunto, diante do Governo que nós
temos, que o povo colocou lá para governar, para agir em nosso favor, e é para
isso que existe Governo, por que é que nós temos de ficar a mercê do Governo
para ele decidir as nossas vidas? Se eu vim morar aqui, se meus pais vieram
morar aqui, e eu sou moradora daqui há 27 anos, eu contribuí para a economia deste
bairro, eu contribuí para o seu crescimento. Eu contribuí para que existissem
lojas, para que existisse o Tumelero, o Big, existissem outros moradores, todas
as pessoas que são moradoras da Vila contribuíram. Então, eu acho um absurdo
nós termos de ficar a mercê do Governo, esperando o Projeto ser executado, um
Projeto que está sendo discutido há nove anos, um Projeto para o qual existe
área, existe projeto, existe a verba que o Governo, uma hora diz que tem, uma
hora diz que não tem. Nós ficamos a mercê de um Governo que nada mais é do que
algo que foi constituído, foi feito por pessoas para organizar a comunidade num
todo. E por que não organizam, então? Eu acho errado o Governo ter de decidir a
minha vida: “Ah, eu vou sair daqui ou será que o Governo vai me mandar lá para
a Pitinga?” Eu não vou sair daqui para ir para a Pitinga! Eu contribuí para o
crescimento da área. Então,
quero saber: nós temos tudo isso aqui, foi apresentado um projeto belíssimo, o
que está faltando? O que nós, Associação, nós, moradores, temos que fazer para
que isso aconteça? Eu gostaria muito de saber do Governo o que falta, é essa a
minha pergunta. Obrigada. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Entre
tantas lideranças que nos honram com as suas presenças, eu quero saudar a
presença da Srª Jurema. Quero dizer à Fabiane que o Governo vai falar depois, o
Presidente tem que presidir, mas o que a comunidade tem que fazer? Vocês estão
tendo uma boa atitude, por exemplo, de estar aqui reunidos.
O
SR. ADÃO SILVEIRA BORGES: Boa-noite,
senhoras e senhores, sou morador da Vila Hípica, como o meu vizinho Ricardo
falou, a Fabinha falou, é muito bonita a planta que mostraram, mas faz anos que
nós estamos aguardando para resolver esse problema e até agora nós estamos
apreensivos porque não se resolve nunca. Em reunião, já disseram para nós que
tinha dinheiro, nós temos medo que o dinheiro suma, como lá em Brasília some.
Então, é isso que nós estamos esperando, nós estamos apreensivos com isso, nós
gostaríamos que o senhor levasse ao Sr. Prefeito para que ele resolvesse essa
questão para nós, o mais breve possível, porque não se sabe se fica ou sai. Diz
que fica, mas vamos resolver, nós queremos ter o nosso canto “escritinho” para
nós podermos fazer o que quiser dele. Assim nós ficamos esperando, esperando
tipo criança para ganhar um doce. Pelo amor de Deus! Agradecemos os Vereadores
e todos que estão aqui, pedimos que os senhores se interessem por nós, e nós
esperamos que tenham caráter, que tenham vergonha, que não venham aqui só para
nos olhar e não resolver, porque assim não adianta vir aqui. Esteve gente do
Sr. Prefeito, o Sr. Moacir, no ano passado, mentindo para nós que em janeiro,
fevereiro, mais tardar em abril iam começar, até hoje não começaram. Isso é
vergonhoso, isso é gente que faz as conversas porque não tem vergonha na cara,
vem mentir para o povo da vila! Isso não se mente, tem que ter caráter, tem que
ter vergonha e tem que ser homem! Não vir dentro de uma vila mentir para nós
que ia começar em janeiro ou abril – por isso não tem vergonha, não é homem,
não tem caráter, não pode ser funcionário da Prefeitura! Muito obrigado e
desculpe a minha falta de educação, mas o que eu tenho de falar, eu falo,
porque eu não tenho medo de falar. Eu fico muito envergonhado, uns homens de
cabelo branco vieram na Vila Hípica, entraram na minha casa, eu ofereci um
cafezinho, dei, ou um suco para ele, para ele mentir! Muito agradecido, se for
para mentir, não precisa vocês virem, deixem a gente ficar como nós estamos.
Muito agradecido. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Sr. Bastos, morador da Vila Icaraí II, está com a palavra.
O
SR. LENEMAR BASTOS: Boa-noite
a todos e a todas, quero saudar a presença da Sofia, que está aqui novamente, e
do Sebastião Melo, e ratificar que a Icaraí II tem uma creche que é uma
parceria com a Hípica. E quero saudar a Cândida pela iniciativa, porque acho
que o que a gente precisa na Icaraí II, também, até pedindo um auxílio para o
Sebastião e para a Sofia, é que marquem uma reunião do Governo com os
moradores, porque a gente já agendou isso com o Governo umas cinco ou seis
vezes e sempre, de última hora, é desmarcado, e a Icaraí II é a próxima a ser
reassentada.
Então,
a gente queria fazer um pedido aqui: se vocês conseguissem marcar uma reunião ou
uma Audiência Pública, porque os moradores também precisam de informação, a
gente não sabe o tamanho das casas - aqui foi passado para a Hípica, mas a
gente não sabe se é o mesmo projeto -, o local que seria na Rua. Cel. Massot,
também não está confirmado se o pessoal vai ser reassentado lá ou não, e o
pessoal da Icaraí II que quer ficar na região quer saber o tamanho das casas,
como vai ser, o Governo é que tem de passar isso, não somos nós. A gente quer
uma informação concreta do Governo, uma reunião com a Icaraí II.
Outra
coisa, mais um pedido que a gente faz desde o ano passado, é um mutirão de
documentação das pessoas, para não acontecer como na Vila Foz, que ficaram não
sei quantos meses para fazer um documento, a pessoa vai no Centro, vem. Então,
fazer um mutirão com todas as comunidades aqui envolvidas no projeto, para o
pessoal, na hora em que começarem a sair os bônus e as casas, ter a
documentação em mãos. Seria isso, muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Passo
a palavra à Srª Jurema Barbosa Silveira, da Vila Foz-Cavalhada.
A
SRA. JUREMA BARBOSA SILVEIRA: Boa-noite
a todos; cumprimentando o Sebastião, cumprimento a Mesa. Acho que todos que
falaram aqui se esqueceram de fazer um resgate desse Projeto da Vila Hípica.
Esse Projeto, como um orador já disse, é verdade, a comunidade toda conhece,
porque nós estivemos, em torno de dois anos, aqui mesmo dentro do Jockey Club,
quase todos os meses, vendo esse Projeto e concordando com as famílias sobre o
espaço, que alguém teria que sair para dar espaço para outros moradores. O
Socioambiental começava aqui na Vila Hípica, porque era a única comunidade que
tinha área disponível, que não precisava compra de área. Aqui tinha área para
creche, para as casas. Já tinha sido acordado com a comunidade o tamanho das
casas, e a comunidade era bem flexível na negociação. Eu participei, enquanto
conselheira da região, de inúmeras reuniões, e essa comunidade tem dinheiro,
está gravado nos livros do Orçamento Participativo, nos livros da Prefeitura,
no PI. Uma coisa que eu estranho é a situação da creche, porque ela não era
dentro do Socioambiental, ela seria feita com dinheiro que todos os anos a
gente gravava nos livros do PI, e grava, para a construção dessa creche.
Unificou-se essa creche junto com a da Icaraí II para ela sair mais rápido do
papel; não saiu nem uma nem outra, e ela foi jogada para o Socioambiental. Eu
quero perguntar para onde vão essas verbas gravadas para a Vila Hípica, se ela
depende do Socioambiental? Como um morador disse, o Álvaro também, as pessoas
têm que ter bem consciência e começar a negociar, sim, com a Prefeitura o
tamanho de casas, porque não dá mais para aceitar o tamanho das casas do
DEMHAB, pois famílias que lá no passado tinham um filho, hoje não têm mais só um.
Foi bem feliz aquela moradora que disse que tem que repensar o Projeto da Vila
Hípica, porque, de lá para cá, muitos jovens cresceram, casaram e hoje moram
junto com as famílias, com os pais, então são uma segunda família. Esse
cadastro foi feito, mas eu caminho dentro da Vila Hípica e tem bastante gente
que eu conheço que já são três famílias, e tem um número na casa. O que vai ser
feito com a outra família? Para onde vai? É preocupante isso. Não tem que parar
o Projeto, tem que iniciar. Foi bem feliz também quem perguntou aqui que
estamos esperando o quê para começar o Projeto da Vila Hípica. Tem verba,
gente! Se não tem do Socioambiental para dar o ponta-pé inicial, que era aqui
nesta comunidade, principalmente com a creche, até para a comunidade começar a
acreditar que o Governo vai fazer alguma coisa, e que faça com o dinheiro que
nós temos nos PI. Essa comunidade aqui tem quase um milhão de reais nos
cadernos do PI.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito
obrigado, Dona Jurema.
O
SR. ADRIANO FERREIRA: Boa-noite,
senhoras e senhores, sou morador da Vila Hípica e faço parte o Projeto da Vila
Hípica, da Associação de Moradores. Antes de mais nada, tenho que dizer que
lamento o fato de não ter cem por cento de confiança nos nossos governantes,
sejam eles quais forem, porque isso não se faz apenas com uma atitude, apenas
com um pensamento, apenas com uma liderança. Atualmente, tenho 22 anos, faço
pré-vestibular e acho que tenho ótimos professores agora, já que o ensino não é
uma coisa que tu possas escolher ser de qualidade ou não, e acho que isso tem
um bom motivo. Senhores, não estou aqui para julgar quem escolheu bônus, quem
escolheu ficar com as casas ou com a Vila. Claro que eu tenho a minha opinião
que, no momento em que moramos juntos, uma comunidade é uma comunidade, não é
uma “euquipe”, é uma equipe, é uma coisa que eu sempre ensinei aos amigos e que
vou sempre passar adiante.
O
fato, senhores, é que existem escolhas e existem falsas escolhas. Escolhas é no
momento em que tu tens uma visão ampla, que podes realmente pensar até onde o
teu próximo passo vai ser um investimento a longo prazo. Os senhores acham
realmente que com o valor de 40 mil reais vai haver algum progresso com isso ?
Isso é uma escolha ou uma falsa escolha? Por que só 40 mil reais?
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. ADRIANO FERREIRA: Quarenta
e cinco mil reais. Muito bem, achem uma casa, por 45 mil reais, que possa levar
vocês a algum progresso. Eu gostaria que alguém falasse aqui que seja melhor do
que eu em Matemática, eu sou péssimo em Matemática, mas existe lógica, até uma
lógica instintiva. Nós temos a oportunidade de pensar duas vezes, antes de
fazer essa falsa escolha.
Imaginem uma situação: ou
isto ou aquilo. Por quê? Por que só dois fatores, quando tu podes ter uma visão
muito mais ampla da situação? Sentem e pensem, senhores, porque todos os
projetos que acontecem, como a limpeza da Vila Hípica, a limpeza das outras
vilas, nós estamos acostumados a deixar na mão do Governo, estamos acostumados
a deixar que eles façam tudo, que eles digam o que vai acontecer. Ninguém aqui
se questiona, nós estamos muito numa zona de conforto, num comodismo muito
grande. Eu peço que os senhores sentem, pensem e repensem, se é isso que vocês
realmente querem. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Anuncio,
com muita honra, a chegada do nosso querido Ver. Humberto Goulart, Diretor do
Departamento Municipal de Habitação, seja bem-vindo na nossa reunião de
trabalho.
A Srª Sofia Cavedon está
com a palavra.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Boa-noite
a todos. Eu fiquei muito emocionada de ver esta enorme reunião. A gente já fez
muitas reuniões, a Vila Hípica nunca faltou, mas nunca esteve tão forte e tão
unida. Parabéns, porque é só assim que vamos ter avanços.
Eu
estava aqui lembrando, Presidente, que esse instrumento da Câmara foi buscado,
depois de muita luta e de muitos outros movimentos, que foram desde fechar a
Av. Icaraí, não sei quantas vezes, de, não sei quantos anos, comparecer ao
Orçamento Participativo, à plenária geral, com faixas, com toda a comunidade,
nas reuniões do Fórum de Delegados. Não sei quantas vezes houve reuniões no
Estado, porque somente a conquista do terreno atravessou, Cândida, três
Governos do Estado. O Governo Olívio fez um papel indicando para cá o terreno
para ceder para o Município, que não era ainda o formal, e aí a surpresa no
Governo Rigotto, que iam fazer um empreendimento para os brigadianos, nesse
espaço. Então, o Governo já tinha dado uma indicação, e quase que perdemos o
terreno. E aí a luta para votar na Assembleia. O terreno, hoje, vai no Governo
Yeda. E, depois de luta da comunidade, é que o terreno acabou sendo designado
para reestruturação da Vila Hípica. Depois, o nosso, na Câmara, foi super
rápido, e o compromisso no Município bem mais rápido.
Mas
é importante a gente se dar conta de como essa comunidade tem razão ao chegar
aqui e dizer: quando começa? Porque, em 2004, só faltava sair a licitação, eu
lembro disso. Estava pronto para licitar, e era contrapartida o Socioambiental.
O DMAE ia entrar com uma parte para fazer a creche, ou seja, era um tipo de
planejamento. Claro, houve mudança de Governo, mas a expectativa da comunidade
de que a sua luta, já de alguns anos, finalmente ia acontecer, foi frustrada, a
partir de 2005, e nós já temos cinco anos, porque se esperou o equilíbrio
financeiro da Prefeitura, a assinatura do Contrato, as várias justificativas e
a luta pelo terreno. E aí enfrentou-se o drama das enchentes, as obras aqui do
lado, e o drama - e aí quero falar aos senhores do Governo - de que, de todas
as intervenções aqui, a Vila Hípica seria a primeira da aplicação do
Socioambiental. E, no bairro Cristal, todas as intervenções são de retirada da
população. Então, há o drama, porque, além de não ser a primeira, além de não
iniciar a reestruturação do Socioambiental, o que se faz é promover a saída, e
os grandes empreendimentos chegando.
Nós
temos que entender que essa comunidade, Secretário, vive uma angústia muito
importante, uma frustração da sua luta, uma luta aguerrida e dura, porque as
pessoas são trabalhadoras, sobrevivem com muita dificuldade.
Então,
o tema é: que bom que está preservado o Projeto. Sim, precisa haver um novo
recenseamento, não para mudar o Projeto, porque não vamos dar nenhum motivo
para atrasar, mas tem que haver um levantamento socioeconômico aqui, porque,
depois de oito anos, já temos outras famílias que talvez possam ser
contempladas no Programa Minha Casa, Minha Vida, possam ser contempladas no
bônus, possam ser contempladas em outra política pública. Nós não podemos é
atrasar a obra da Hípica. Eu vejo muitas carinhas que muito lutaram, Sr.
Secretário, e é muito importante a sua presença, porque além de valorizar essa
luta da comunidade, respeita a Câmara de Vereadores, que tem feito um esforço enorme
para estabelecer esse diálogo - eu até quero reconhecer isso na pessoa do
Sebastião Melo, do nosso Presidente -, mas que muitas vezes não tem respostas.
Nós, Vereadores, não temos a caneta, não fazemos as obras, nós podemos ser
solidários, nós lutamos com vocês, mas não resolvemos pelo Governo. Então, a
presença do Governo aqui, enquanto ser político, representado pelo Secretário,
é muito importante, pois assim o Governo pode assumir compromissos e a Câmara
pode ajudar a cobrar, mas só a presença forte de vocês é que vai garantir
sequência nas resoluções. Então, Secretário, tem o recurso, já tem projeto, já
está assinado, o que falta para a gente começar? Isso demonstraria, daria um
crédito, seria um símbolo para toda a comunidade do bairro Cristal que o
Governo não quer só retirar a família daqui, mas que o Governo vai honrar a
luta, a presença de quem construiu o progresso e a qualidade aqui, como foi
relatado por uma jovem moradora. Todos que puderem ficar ficarão e ficarão com
mais dignidade. Então, a Hípica merece que inicie, porque ela era para ser a
primeira a ser iniciada. E ela é símbolo de que não só os grandes
empreendimentos vão ficar no bairro Cristal, nesse lugar nobre da Cidade, mas
que os moradores, com seu direito à vida digna, estarão aqui. Então nós
gostaríamos de saber de um cronograma, de um compromisso, porque parece que
temos tudo, o terreno, o recurso, o projeto, então só queremos que o Governo
diga: “agora será atendida a luta de vocês, dessa brava gente que sofre tanto,
mas que não abandonou a sua organização comunitária”. E a Cândida, que está
nessa história desde o começo, assim como tantas lideranças, pedindo apoio,
reassumiu a Associação para não deixar cair essa peteca, porque todos ganham em
qualidade de vida. Porto Alegre ganha em qualidade quando a gente não segrega,
quando a gente não manda pobre para longe, quando a gente trabalha uma cidade
integrada onde todos têm direito de conviver e ser feliz. Parabéns pela luta e
esperamos respostas objetivas, Presidente! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Concedo a palavra à Srª Alice Rodrigues.
A SRA. ALICE RODRIGUES: Boa-noite a todos, eu sou moradora do
bairro Cristal, eu moro na Campos Velho, mas eu praticamente me criei na
comunidade da Hípica, pois tenho parentes que moram lá. No ano passado,
aconteceu uma enchente, era uma hora da manhã quando me ligaram. Quando eu
cheguei na Hípica, havia uma situação de desespero: crianças saindo carregadas
nos ombros, porque a água já estava batendo no pescoço; eram cinco horas da
manhã, quando eu, a Fabinha e o Giovane paramos de colocar terra para fazer
barricada para a água parar de entrar dentro das casas. A gente teve que sair
às pressas com as crianças; a rua, na Campos Velho, na Icaraí, estava alagada;
os moradores que moravam na parte de cima estavam um pouquinho melhores, mas o
resto ficou tudo debaixo d’água; a gente ficou sem luz; a bomba de escoar
esgoto parou; a gente ficou embaixo d’água até umas seis horas da manhã - foi
horrível. Os pisos das casas cederam, e os moradores não podem nem arrumar,
pois eles não têm como colocar um piso novo ali sem saber se vão ficar, se não
vão, se constroem, se saem, se ficam. É horrível! Têm crianças, moradores que
estão lá há mais de 40 anos, é um descaso com os senhores de idade, é um
descaso com a comunidade, é um descaso com a população, é um tremendo descaso,
gente. É um projeto que eu venho acompanhando há muito tempo, há muitos anos.
Tem tudo, está tudo pronto, tudo para sair e eles ainda ficam passando por esse
tipo de coisa. Chega a ser um absurdo. O que eu vi naquele dia: o desespero;
crianças chorando, a gente sem ter como sair dali de dentro, horrível; água
pelo pescoço; lodo; barro. Se o Projeto já tivesse sido feito, assim como saiu
há nove anos, isso não teria acontecido no ano passado. E se continuar, vai só
piorar. Então, a única coisa que a gente quer é respeito, consideração e
atitude, porque é só isso que está faltando. Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito bem. Nós temos uma última inscrição
e passaremos, então, às respostas do Executivo. Concedo a palavra à Srª Rosane
Guedes Teixeira.
A SRA. ROSANE GUEDES TEIXEIRA: Eu sou moradora da Vila Hípica, nós temos
um local da creche que não tem nada a ver com as casas que vão sair. Por que essa
creche não sai agora? Nós temos crianças pequenas, eu tenho criança pequena, e
não tenho onde deixar. Muitos moradores aqui não têm nem como sair atrás de um
trabalho porque não tem onde deixar as crianças. A gente quer saber por que ela
não sai agora? Tem o local, tem o dinheiro, tem toda a verba, por que ela não
sai? Essa é a pergunta que eu deixo para vocês. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito
bem, eu acho que foram vários questionamentos, e Audiência Pública tem essa
finalidade. O Sr. Roberto está com a palavra.
O
SR. ROBERTO FREITAS: Eu
vou pelo o que foi colocado aqui, eu não vou monopolizar, eu acho que vou
responder uma. Perguntaram: “O que acontece enquanto as casas são construídas,
para onde vão as pessoas?” No caso da Hípica, tem uma vantagem, ela não vai ter
reassentamento, ela é uma regularização fundiária. A Prefeitura tem dois tipos
de programa: ou reassentamento, ou PRF, a regularização fundiária. A vantagem
da regularização fundiária é que as pessoas continuam morando dentro do próprio
local onde vivem, só são relocadas; no reassentamento elas são colocadas em
outros locais, quando são áreas de risco, por exemplo. No caso da Hípica é um
PRF. A Hípica já estava no PRF, Programa de Regularização Fundiária da
Prefeitura, antes do Programa Socioambiental. Então, o que vai acontecer com as
famílias que estão sendo atingidas dentro do programa? Elas vão continuar
morando lá. As casinhas vão ser feitas naquela área que está vazia, não são
apartamentos, são casas térreas e sobrados, não tem apartamento, são só casas.
Elas vão ser construídas e aí as pessoas vão vir para morar nas casas. Quer
dizer, não tem o problema de quando a gente trabalha com o PRF, que é saber
para onde as pessoas vão, como é que a gente consegue relocar dentro da vila,
porque às vezes não tem espaço, mas no caso de vocês nós não vamos ter esse
problema. Então, depois que as famílias forem reassentadas nessas casas, aí
serão abertos os acessos, vai ser feita a infraestrutura e tal. Essa é a
primeira colocação.
Quanto
à questão dos desdobramentos, que o pessoal do social chama de
“desdobramentos”. Quando tem uma família no cadastro, daí passou um tempo, o
filho casou e aí a família já está maior, isso vai ter que ser atualizado, já
foi feito, a equipe técnica do DEMHAB tem acompanhado, mas de qualquer maneira
isso vai ser revisto dentro das 35 unidades que a gente tem disponível. Então,
isso a gente vai ter que rever e ver como é que mudou, de lá para cá, esses
“desdobramentos”.
A
questão do bônus é um item que tem que deixar bem claro. A gente já sofreu
alguns questionamentos no DEMHAB a respeito disso. O Programa Socioambiental
foi todo cadastrado, desde da Foz até a Cavalhada, e da Vila Hípica se
cadastrou todo mundo. Na verdade, a Vila Hípica não tem direito a bônus. Por
quê? Porque é um PRF, as pessoas vão para as casas aonde estão. O único caso
que poderia ter bônus seria o que chamam de troca de cadastro, ou seja, a
pessoa que mora na Icaraí II quer vir morar na Hípica. Então, a moradora da
Vila Hípica pode pegar o bônus dessa outra pessoa. Aí sim, mas é o único caso
em que pode ter bônus. Isso é importante que fique claro para vocês.
Quanto
ao prazo das obras, eu não vou me adiantar, eu vou deixar para o Geraldo, que é
o coordenador do Programa Socioambiental.
Quanto
à documentação, o pessoal colocou de fazer um mutirão, que é uma boa sugestão.
A gente teve um problema muito grande em relação à Foz, mas isso foi gerado
porque o bônus foi o instrumento novo que foi gerado agora para atender o
Programa Socioambiental. Então, não se tinha o know-how de como fazer
isso aí, as pessoas não sabiam o que ia acontecer. Agora, a gente espera que,
daqui para diante, isso fique um pouco melhor. Claro que essa ideia que o
morador da Icaraí II deu nós vamos levar para o EGP, Escritório de Gestão
Participativa, que alguns de vocês devem conhecer, que fica na Campos Velho, é
o que está coordenando esse tipo de ação.
Quanto
ao valor do bônus, o pessoal perguntou por que 40 mil? O valor do bônus foi
calculado com relação ao que a Prefeitura gasta para construir uma casa, o
custo da casa, o custo do terreno da casa e o custo da infraestrutura. Então,
em cima desses valores é que se chegou ao valor de 40 mil. Só para esclarecer
por que esse valor.
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. ROBERTO FREITAS: Eu
só estou dizendo o porquê do valor, da onde foi construído. Claro que a
valorização é feita conforme a variação do índice. Eu só digo da onde é
construído: do custo da casa, do custo do terreno e da infraestrutura
proporcional àquele terreno.
A
questão polêmica da creche, na verdade, como falou a Jurema, vocês têm algumas
verbas que foram resgatadas do OP para a creche, e isso vai ser colocado dentro
desse montante todo que será utilizado na construção da creche.
O
Projeto do Estudo de Viabilidade Urbanística – EVU – da Vila Hípica tem que ser
revalidado, ou seja, depois de um certo tempo ele caduca. Em 2004, ele caducou
na SPM. Nós temos um prazo agora para revalidar esse estudo. Temos que entrar
com todo o processo, vamos precisar do apoio dos técnicos da SPM, para passar
na Cauge, todos os técnicos das outras Secretarias vão olhar, o pessoal do DEP,
do DEMAE. Temos que fazer um planejamento de quanto tempo vamos levar para
revalidar esse Projeto.
O
Sr. Humberto Goulart, Diretor do DEMHAB, está com a palavra.
O
SR. HUMBERTO GOULART:
Boa-noite, meus queridos e queridas. Desculpem o atraso, nós estávamos
envolvidos em outra situação semelhante. Queremos fazer algumas reflexões. Os
programas que existiam até agora não eram bem programas para assentamento de
pessoas; eram para resolver determinadas situações. Primeiro, para resolver o
urbanismo da Cidade, se lançou mão do PIEC - Programa Integrado Entrada da
Cidade. Depois para se resolver o problema de saneamento do Guaíba nos próximos
anos e também tentar resolver o problema das cheias, como a moça relatou ali,
quando entra o Socioambiental. Ambos com dinheiro vindo do estrangeiro: ou do
Fonplata – Fundo Financeiro para o
Desenvolvimento da Bacia do Prata; ou do BID – Banco Interamericano de
Desenvolvimento, como é o caso do Pisa, o nosso caso. Outro programa muito
importante que existe é o PAC - Programa de Aceleração do Crescimento, que veio
na esteira de resolver um problema econômico do Brasil e do Rio Grande do Sul,
que é a extensão da pista do Aeroporto Salgado Filho, para que aviões de maior
proporção possam baixar aqui, trazendo quantidade enorme de material para
comércio e fazer outras rotas com a Oceania, com a China, por aqui. Por isso
sai a Vila Dique e a Vila Nazaré. Como a Vila Chocolatão representa um perigo
imenso de risco de morte por incêndio, porque o pessoal vive e dorme
praticamente em cima de material combustível, como o plástico, papel, pano,
coisas secas, também se colocou nessa esteira. O que é filho?
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. HUMBERTO GOULART:
Ele não quer saber, não quer se informar. Então, o que temos? Temos,
especificamente dentro do Pisa, o nosso Projeto. Pronto! Agora ele vai gostar.
E o nosso Projeto está muito encaminhado, Verª Sofia Cavedon. Primeiro, nós já
temos o Projeto Arquitetônico, Urbanístico e de Infraestrutura. Nós já temos as
posições onde vão ficar os materiais de equipamento público. E nós já temos,
então - para responder a pergunta que fez a minha querida colega Verª Sofia -,
o pedido da licitação mais ou menos no mês de setembro. Era essa a grande
pergunta.
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. HUMBERTO GOULART: Setembro,
agora; daqui a mais uns meses, teremos a licitação. Nós tivemos uma parada no
nosso Projeto porque houve um problema econômico e houve um problema de repasse
do dinheiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento para que a gente pudesse
projetar as coisas que queríamos fazer dentro do Pisa. O primeiro dinheiro que
veio está sendo encaminhado para a primeira vila que se inscreveu, que é a
nossa. Vai haver melhoria, mas não porque haja reassentamento: é porque se vai
fazer a regularização fundiária da área. É por aí, é pelo viés da regularização
fundiária que se vai fazer a melhoria da Vila. Então, a notícia boa que nós
temos é que em setembro será feita a licitação, que costuma durar 45 dias, 50
dias, às vezes 30, às vezes 60 dias; daí, então, dá para tocar as obras de
melhoria, de urbanização. Essa era a notícia boa que eu tinha para trazer do
Governo. Quanto ao resto eu vou passar para o nosso guia técnico, o Dr.
Geraldo. (Palmas.)
O
SR. GERALDO LEAL: Nós
estamos junto da SMGAE. SMGAE é uma sigla que se usa para representar a
Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico. Na realidade, a
nossa atuação é dentro da Coordenação do Pisa. A nossa tarefa pode parecer
simples, mas não é; a nossa tarefa é coordenar, ou seja, juntar todos estes
atores que vocês estão vendo aqui.
O
Roberto falou para vocês que o Projeto da Vila Hípica já tem EVU. O que é o
EVU? É o Estudo de Viabilidade Urbana. Esse Estudo já está aprovado, mas, como
vocês viram - e a gente fez questão de mostrar - o Projeto que está pensado
para a Vila Hípica é o Projeto que vocês conheciam. Então, para vocês cobrarem:
a ideia de reapresentar o Projeto é nós termos um ponto de partida, ou um ponto
de reinício em cima desse cronograma que vários de vocês pediram. Esse Estudo
de Viabilidade Urbana já tinha sido aprovado, e, agora, nós vamos ter que
revalidar o Projeto. O que significa revalidar o Projeto? Nós vamos ter que
acompanhar e ver se esse Projeto está novamente de acordo com as regras que nós
temos de urbanização na Cidade. Se vocês perguntarem qual a expectativa do
Roberto, que é da área, ele vai dizer: “Pelo que nós entendemos, pelas reuniões
que nós temos feito, pelo que nós temos discutido, o Projeto vai ser
revalidado, o Estudo de Viabilidade Urbana vai ser revalidado sem muito
problema”. Isso significa que nós temos um departamento, que tem um setor que
vai ter que encaminhar para outro setor, que vai ter que aprovar. Então,
comecem a fazer as contas comigo: isso não vai chegar no outro setor, na mesa
de algum técnico para ele poder fazer essa revalidação em menos de dez dias.
Não é a aprovação do projeto; ele não vai chegar à mesa do técnico. Então, os
números que nós estamos colocando para vocês, esses números “macros” são
importantes para servir de contrato conosco. É para isto que servem: é contrato
com o Poder Público, é contrato com a Câmara, é contrato com a população. O Dr.
Humberto nos acenou... Nós não precisamos autorizar o Secretário a autorizar
nada, mas ele já colocou para vocês a ideia de nós termos a licitação, com
termos de referência, colocada na rua em setembro deste ano.
Então,
eu quero contar como é que nós vamos chegar em setembro. Guardem o mês de
setembro. Por quê? Contando alguns passos que nós temos para chegar em setembro
e com as reuniões que nós vamos ter com vocês, vocês poderão acompanhar. Bom,
se atrasou, é porque realmente atrasou. Ou: vamos lá, estamos no prazo; ou
conseguimos antecipar o prazo. Vocês têm que sofrer, entre aspas, desculpem -
uma comunidade sofrida como a de vocês não tem que sofrer mais nada. O que eu
quero é que vocês vivenciem conosco a expectativa que nós temos em relação a
transpor dificuldades.
Neste projeto - só para
contar um pouquinho a relação da Prefeitura com o banco -, em primeiro lugar, o
dinheiro não chegou, não está em nenhum cofre o dinheiro. A assinatura do
contrato nos colocou a porta aberta do BID, para nós sentarmos, pegarmos todos
os projetos que foram discutidos com o BID, e ele agora assinar um por um.
“Certo! Aquele projeto lá está bem feito, pode executar aquele projeto.” Na
realidade, no contrato com o banco, o banco não pega e tira o dinheiro e põe na
Prefeitura. O que acontece? Nós vamos agora pleitear em várias retiradas, vamos
retirando aquele dinheiro que vai sendo gasto em relação às obras do
Socioambiental.
(Manifestação fora do
microfone. Inaudível.)
O
SR. GERALDO LEAL: Eu vou
deixar o Dr. Humberto responder, porque nós vamos falar em PAC, vamos falar em
outros programas, porque o dinheiro da Caixa Econômica Federal não entra no
Pisa. No Socioambiental não tem dinheiro da Caixa Federal. O que é o dinheiro
da Caixa Federal? Nessa relação com o banco, eu quero contar o seguinte: nós
temos uma reunião agora junto ao banco para combinar uma reunião, que chamamos
de reunião de arranque - como o banco é inglês, tem vários nomes. Então, nós
vamos levar ao banco, mostrar que estamos em condições de receber membros do
banco, para eles virem até Porto Alegre, sentarem conosco e aprovarem o
arranque, ou seja, o início, realmente, de algumas ações - não são nem
projetos: são as ações, em relação ao Projeto. Isso está acontecendo no mês do
julho. Na semana que vem, nós temos reunião com o BID, e, até o fim do mês,
esperamos que ele venha a Porto Alegre.
Podem
começar a tomar nota, e, aí, depois vocês vão vivenciar tudo isso conosco. Bem,
quando falamos em Socioambiental, ele acabou tendo um viés muito maior - e
sobre isso é muito importante que vocês estejam esclarecidos - , um viés muito
maior do que a relação que existe entre a Prefeitura e o BID. Por quê? Porque
existem várias ações que são feitas pelo DMAE que estão dentro de um projeto
socioambiental e que não fazem parte do Programa Integrado Socioambiental
assinado com o BID. Quando falamos em socioambiental, é muito legal. Vocês
querem palavra mais na moda do que sustentável? Nossa mãe! Todo mundo fala em
sustentável, agora, fazermos uma ação sustentável... Temos que mudar, temos que
nos educar.
As
ações que existem, todas elas correspondem ao socioambiental; agora, o que nós
temos em relação ao Programa Integrado Socioambiental? Primeiro, em relação ao
arroio Cavalhada, que vocês acompanham, todas elas estão dentro do
Socioambiental, todas elas terão recursos financiados pelo banco, pelo BID.
Qual
a contrapartida que existe na cidade de Porto Alegre em relação a esse dinheiro
que a Prefeitura vai colocar? É mais ou menos 50% - 51% ou 49% -, que seria a
contrapartida. Então, a Prefeitura vai colocar 51% em dinheiro nas obras todas previstas
no Socioambiental, e o banco vai financiar os outros 49%.
A
primeira coisa: a Prefeitura não ganhou dinheiro do banco; ela vai pagar o
dinheiro ao banco; ela ganhou um financiamento. Foi isso que ela ganhou.
Bem,
quem é que vai dar a contrapartida ao banco?As obras que o DMAE está fazendo. E
o DMAE está fazendo com recursos próprios, com financiamento da Caixa Econômica
Federal - porque o dinheiro que o DMAE ganha não é de graça, ele também tem que
pagar juro, ele tem que pagar esse dinheiro -, e algum dinheiro que diríamos
que é muito bom, que todos nós gostamos, que do OGU - Orçamento Geral da União;
esse dinheiro é bom, quase 90% a União dá e a contrapartida da Prefeitura fica
em torno de 10%, 15%, 20%. Então, esse a gente sempre pleiteia. Mas vocês podem
imaginar que, se é um dinheiro quase a fundo perdido, é um dinheiro que não se
tem à disposição para qualquer um. Então, o DMAE - ou a Prefeitura -, em
relação às obras de saneamento, está fazendo o quê? Está fazendo esse projeto
todo de despoluição do Guaíba - está sendo executado -, e esses recursos que
ele gastar nós vamos comprovar para o BID como contrapartida, O. k.?
Como
é que se dá isso com o banco? Isso se dá assim: o banco é o Banco
Interamericano de Desenvolvimento. Bom, como ele é um banco de desenvolvimento
e é um banco internacional, o juro dele é baixo - é baixo em relação ao juro
que pagamos no cartão de crédito ou no cartão do Big. Ele é baixo em relação a
isso, mas ele é um juro que tem que ser pago. E como é que se dá o dia a dia
disso com um banco? O banco vai vir aqui e dizer: “O que vocês já botaram de
dinheiro?”. “Está aqui: o DMAE construiu já 80% da rede de esgoto da
Restinga.”. “O. k., DMAE. Quanto é que saiu isso?”. “Ah, isso saiu 5
milhões.” Estou usando números que... O pessoal do DMAE aqui, o Bichinho e
companhia, depois, se quiserem, me corrijam, certo? “Gastei 5 milhões”. Aí,
está. Então, o banco vem aqui, ou a gente, de repente, vai até o banco, mostra
para o banco todas as notas, todos os pagamentos feitos, todos os projetos
executados; ele vem aqui com o auditor - a gente chama de especialista -, e ele
diz: “O. k. Realmente, tem 5 milhões aqui, que é a contrapartida. Então,
eu vou te dar o direito de tu pegares 5” - é aquela relação de meio a meio. Aí,
ele vai liberar 5 milhões para a gente poder fazer alguma coisa em relação a
todo o Projeto que existe. Todo o tempo tem que ser proposto para o banco isso;
a gente chama de pari passu.
Eu
só quero dizer assim: as coisas, elas podem às vezes atrasar, e isso não significa
má vontade ou até falta de empenho das pessoas. Então, estou colocando para
vocês essas coisas porque, como o que pretendemos... E aí vou me arriscar a dar
uma data para vocês. O Rodrigo é o nosso representante aqui do Escritório de
Gestão Participativa. Aqui no Escritório, vamos ter uma equipe para acompanhar
toda essa ação. É uma equipe basicamente de assistentes sociais, engenheiros e
advogados. Bom, tínhamos algumas pessoas que estavam trabalhando aqui. Esse
contrato é um contrato emergencial que se tinha usado. No contrato com o banco,
que é o contrato que estamos encaminhando agora, estamos fazendo uma licitação
para poder contratar essa equipe de apoio, e a nossa expectativa é de que a
gente, até outubro deste ano - briguem comigo agora e me cobrem depois; não
posso inventar nada para vocês -, até outubro, a gente tenha essa equipe
trabalhando aqui no Escritório.
O
que vejo aqui da nossa Reunião de hoje e levo, sim, em nome de todos os
executores, para a reunião com o banco? Que essa equipe pode fazer, notem bem,
um levantamento, tentar fazer um novo levantamento socioeconômico para conhecer
a nova realidade da comunidade. Isso não significa mudar de tamanho alguma casa
ou acrescentar alguma casa. O número de casas - vocês se conhecem, vocês sabem
a relação das pessoas que vão ter alterada a sua residência, que posso dizer,
no caso de vocês, que vão ser reassentadas -, será o mesmo. O que a Prefeitura
- e aí vejo como técnico - pode fazer? Com esse novo levantamento
socioeconômico, aquelas pessoas... Vamos dizer, os “desdobramentos” poderão ser
tratados no ambiente da Prefeitura pelo DEMHAB, em outros programas do DEMHAB.
“Ah, mas eu quero o Socioambiental aqui, porque a minha família era minha mãe e
meu pai, e hoje são os meus irmãos e são os meus filhos.” Não é possível. Não é
possível! O que a gente pode fazer, então, é isto: é incluir, no escopo de
trabalho do programa, que não tem uma nova pesquisa socioeconômica, e sim tem o
acompanhamento dos reassentados, é conversar com o banco e mostrar para o banco
que isso faz parte do contexto de todo o programa e do próprio reassentamento,
e aí pedir autorização para o banco.
Então,
eu tomei nota disso para conversar com o banco. Mas não está escrito no
contrato. O que a gente tem que entender é o seguinte: contrato é contrato,
quer dizer, é um contrato com um banco, é como a gente faz com um banco. Então,
tem coisas que, para mudar, tem que haver essa concordância.
Eu
estou até detalhando muita coisa para vocês, não sei se é interessante ou não,
mas deixem eu mesclar com algumas coisas que talvez animem vocês, porque senão
vai ser só uma “ducha fria”.
Bem,
então, a nossa programação está envolvendo isto: nós termos essa licitação, com
termo de referência elaborado em setembro de 2009; é nos termos esse início de
trabalho social com uma pesquisa socioeconômica em outubro de 2009. Só uma
dificuldade nossa para vocês conhecerem: para toda licitação que nós fizermos,
nós temos que mandar para o banco, e o banco diz: “Não objetado”; aí, a gente
põe a licitação na rua; faz a licitação, julga a licitação; na hora de assinar
o contrato, manda para o banco; aí, o banco diz: “Não objetado”. Aí, a gente
contrata.
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. GERALDO LEAL: Não, é
aquilo que eu falei: dez dias na mesa de um, e vai...
Então,
esses prazos, que podem estar muito grandes para vocês, eles podem ser
diminuídos? Podem. Mas é que, dentro da realidade do andamento das coisas, não
tem como a gente dizer diferente para vocês. Eu prefiro que vocês estejam
realmente acompanhando o início de obra em dezembro de 2009, em janeiro de
2010, do que prometer para vocês que vai ser no mês que vem, porque não vai ser
no mês que vem. Podem me xingar, podem me mandar para qualquer lugar, mas não
tem como, não é possível. E pode ser antes? Pode. Aquele processo que demorava
dez dias para chegar na mesa do cara lá, chegou em quatro, e o cara respondeu
em dois... Então, podem ser acelerados? Podem, mas é que lei é problema. Então,
eu acrescento para vocês mais um prazo, que seria esse de a gente ter até
dezembro de 2009, início de 2010. Então, temos realmente uma ação efetiva.
Como
boa notícia, Presidente, eu só gostaria que falasse depois alguém da GT
Creches.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Bom,
a Presidência sempre quer assegurar o maior debate. Na Audiência Pública, todos
os que pedirem inscrição... A Verª Sofia pediu inscrição; o Ver. Pancinha havia
me sinalizado, mas teve que sair - queria registrar que ele gostaria de falar
e, se estivesse aqui, estaria falando e contribuindo.
Eu
pergunto - tem o GT Creches - se o Ver. Paulo Marques quer falar sobre o tema?
A
Srª Márcia está com a palavra.
A
SRA. MÁRCIA DORNELLES: Boa-noite
a todos. Vou explicar primeiramente o que é o GT Creches. O GT Creches foi um
grupo criado neste Governo, com a intenção de acelerar e desburocratizar as
demandas de creches do OP, principalmente. Então, assim foi feito. Eu vou
listar - se eu esquecer alguma Secretaria, mil perdões. Fazem parte: a SMED,
como responsável; o Gabinete da Primeira Dama, que é a Secretaria-Executiva; a
PGM, a SMOV, o DEMHAB, o DMAE, a SMAM, o DEP, a FASC, a Fazenda, a Secretaria
Municipal de Governança Local e Solidária e o GPO. Todas essas Secretarias, nós
nos reunimos, na época que foi formado o grupo, uma vez por semana, no mínimo,
e em épocas de formação de grupos, de construções, como agora, nós nos reunimos
quinzenalmente, mais ou menos.
A
pergunta da Jurema foi por que essa creche não saiu antes, se já tinha a
demanda gravada no Orçamento Participativo, desde 2002, não é, Dona Cândida?
Queria também dizer que eu estou aqui, principalmente, porque fui convidada
pessoalmente pela Dona Cândida, pela Fabiane e pela Cleusa, que foram lá na
SMED conversar a respeito da demanda, e eu disse que eu só viria aqui se eu
tivesse uma resposta positiva, se não eu não viria, não é?
Teve
o primeiro grupo em que foram contempladas as creches que tinham terreno e
projeto - essas nós já entregamos. O segundo grupo do GT Creches eram as que
tinham terreno e não tinham projeto - porque o terreno é o mais difícil, a
terra é o mais difícil de conseguir para construir. E vocês não tinham terreno,
não tinham terra ainda, oficialmente, para a construção da creche até novembro
do ano passado, quando o segundo grupo já estava em finalizações. Então, agora,
essa creche da Vila Hípica - que foi demandada sozinha por esta Vila, e depois
entrou a parceria da Vila Icaraí II para criar mais forças -, ela vai estar,
sim, no próximo GT Creches. O que eu peço é paciência também, porque tem todos
os encaminhamentos. Nós vamos ter que ver o Projeto que existe, se está de
acordo com a área que vai ser designada. A Associação vai ter que se organizar.
Eu já falei para a Dona Cândida. Tem que ter ata de fundação. Para isso tudo eu
vou chamá-la na SMED. Tem que estar tudo em dia, o CNPJ, tem que abrir conta
bancária, essas questões todas, porque, assim que a creche for licitada,
construída, nós já entraremos com o conveniamento. E a SMED entra como
parceira, sim, nós repassamos um valor para equipagem, e, depois de conveniada,
nós teremos a assessoria pedagógica, financeira e comunitária sempre juntas
para atender crianças ali. A Dona Cândida me disse que o Projeto seria para 80
crianças, não é, Dona Cândida? Daí, a gente vai ver a possibilidade, de acordo
com a metragem do terreno, adequação, para ser um pouco maior, porque as
últimas creches que entregamos foram para 120 crianças. Então, a Creche Hípica
vai estar no GT Creches, e vamos começar os encaminhamentos. Amanhã, eu já
tenho reunião para começarmos a negociação, para ver, porque a gente já tem o
documento do terreno e tudo, independente do Socioambiental. A creche sai
dentro do Projeto, mas o dinheiro é independente do Socioambiental.
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
A
SRA. MÁRCIA DORNELLES: A
informação que eu tenho para dar é que ela está dentro do GT Creches, e que
vai, sim, ser licitada este ano, para iniciar também a construção, até o final
do ano, com possibilidade, como ocorre com todas as licitações, como ele já
falou, de ser prorrogada um pouco mais, porque um processo normal de licitação
demora em torno de três a seis meses. Muito obrigada. (Palmas.)
O
SR. GERALDO LEAL: Só
para esclarecer para vocês: esse trabalho todo é feito por esse grupo, que é o
GT Creches. E, na realidade, o prazo não está mudando; só que realmente não
havia verba, que sai de dentro do Projeto Socioambiental.
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. GERALDO LEAL: A
licitação é feita dentro do Socioambiental, a da creche.
Na
realidade, o termo de referência da creche é do DEMHAB, e aí é feita uma
licitação. Quem vai pagar ou quem vai dar... Como tem que ter a origem do
recurso, quem dá a origem do recurso para poder fazer a licitação? O banco, o
Socioambiental.
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. GERALDO LEAL: Não, é uma licitação. A das casas e a da creche? São duas licitações.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Senhora Cândida Gonçalves da Silva está com a palavra.
A
SRA. CÂNDIDA GONÇALVES DA SILVA: Eu
até não ia falar nada, mas, diante das colocações, eu me senti provocada a
falar. Lamento dizer, como Presidenta da Associação - e acho que esse
sentimento não é só meu, porque eu, provavelmente, vou sentir isso dentro da
comunidade: eu não me senti contemplada com o objetivo da Audiência Pública!
(Palmas.)
Há
uma frase que o Sr. Geraldo falou a respeito de revalidação do Projeto. E isso
me preocupa. Eu não sei se sou tão ignorante assim ou se ficou uma “pulga atrás
da orelha” sobre a possibilidade de isso não ser revalidado e a gente ter que
sair daqui. Acho que essa questão é muito complicada para nós, gente. Fiquei
muito preocupada com a fala dele! E achei muito contraditório também, porque,
ao mesmo tempo em que ele colocou isso, o Diretor do DEMHAB, Dr. Humberto Goulart,
colocou também que a licitação sairia em setembro, que seria uma data provável.
Quer dizer, acho que existe uma contradição: uma pessoa fala uma coisa e outra
fala outra coisa. Como a gente fica no meio disso? A gente tem a certeza ainda
de que vai permanecer no bairro Cristal? A gente tem certeza? Não, o senhor me
desculpe, estou-lhe colocando uma dúvida sobre aquilo que ouvi. Ou eu sou muito
burra, ou não sei.
Digamos
que tudo isso que entendi está errado. Então, vamos continuar o processo. Nós
já entregamos, na mão do Sr. Prefeito, quando ele esteve aqui na nossa área, um
documento solicitando reuniões com ele, no mínimo, de 30 em 30 dias. Isso foi
antes da Plenária do Orçamento Participativo, antes do dia 4 de maio. Nós vamos
para o dia 1° de julho, e não aconteceu nada.
Então,
eu gostaria de, pelo menos, sair daqui com um encaminhamento com o DEMHAB,
porque eu acredito que o nosso Projeto vá continuar. Eu quero acreditar nisso.
Eu quero e eu preciso, e é isso que eu quero passar para a comunidade.
Então,
eu gostaria que ficasse marcada alguma reunião, porque, dentro do nosso
Projeto, nós temos algumas dúvidas ainda. Nós tínhamos uma questão que eram
cinco, seis casas, que não estavam definidas ainda, para quem seriam, como
seria feito. E, diante disso, tem, também, a questão dos “desdobramentos”, que
o senhor colocou, entendeu? Mas eu não estou colocando que eu quero aumentar o
número de casas. Eu não falei isso, em hipótese nenhuma. O nosso Projeto, a
gente batalha para que ele continue o mesmo, mas temos de ter uma definição
para esses “desdobramentos”, se a gente o encaixa dentro dessas situações que a
gente tem em aberto, ou se vai disponibilizar uma outra opção para eles.
Então,
diante disso, acho que a gente poderia, pelo menos, sair daqui, hoje, com uma
reunião marcada com o DEMHAB, e que essa reunião acontecesse. Muito obrigada.
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Bom,
a reunião é para tirar dúvidas. Tendo dúvidas, eu vou devolver a palavra ao
Humberto e ao Geraldo, mas eu quero ajudar, contribuir, com uma pergunta. Vejam
o seguinte, eu entendi, Dona Cândida, o seguinte: o EVU - Estudo de Viabilidade
Urbanística - às vezes, é um palavrão para quem não entende; economista cria um
linguajar, o “economês”; o urbanista cria o “urbanês”, que é para o povo não
entender mesmo - ele tem um prazo de validade. E, quando o Projeto não vem,
você tem que submeter ao órgão competente. Eu quero dizer o seguinte, com a
responsabilidade que tenho, como Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre: a chance de não revalidar é zero. Cá para nós, compromisso assumido é
compromisso assumido.
Então,
quem é que coordena o PIEC? É a gestão. Agora, o DEMHAB é a interface da
Cidade, cuida da questão do reassentamento. Nós aprovamos, na Câmara de
Vereadores, a criação dos cargos do Escritório. Eu espero que o Escritório já
esteja funcionando; se não está, que se instale o Escritório. Porque essas
dúvidas da senhora, não é o Prefeito José Fogaça, não é a Sofia Cavedon, não é
o Sebastião Melo quem vai resolver, mas é o Escritório que tem de estar do
lado, aqui, cuidando. Quando a Perimetral foi feita, tinha um Escritório, as
pessoas iam lá. Não sei se o Escritório já existe, se tem sede, quem atende. Na
minha avaliação, isso é lá, o endereço é lá. Mas eu devolvo a palavra a vocês.
Apenas provoquei para contribuir. (Palmas.)
O
SR. GERALDO LEAL: Eu
queria colocar que eu falei que temos trâmites burocráticos a cumprir e que não
temos como fugir deles. O EVU, que agora vocês já sabem o que é, tem que ser
revalidado. Ponto!
E
a revalidação do EVU não é na mesa do Diretor do Departamento. Ele tem de
percorrer instâncias da Cidade, que são responsáveis por isso. Então, o que eu
quis dizer - e até a Verª Sofia colocou - é que vamos apressar. A nossa ideia é
essa. E vocês, sabendo dos prazos... E o Escritório que funciona aqui, vocês
conhecem, é acanhado, ele só não tem as condições tão ruins quanto a casa de
vocês porque ele não inunda. Ele tem meia dúzia de cadeiras, o aquecedor que
tem os funcionários compraram, o ventilador, também, é isso.
O
Ver. Sebastião colocou: o Escritório está sendo capacitado; nós temos um prazo
com o banco para podermos capacitar o Escritório; e o EVU tem que ser
revalidado. Em nenhum momento, quero dizer isso - e a senhora é bem inteligente
para saber -, em nenhum momento, eu disse que alguém ia sair daqui. Não.
Então,
vamos esclarecer a dúvida. O que é revalidar o EVU? É que nós temos de
percorrer instâncias burocráticas. Vou dar um exemplo para vocês e vocês vão
entender. A creche, a ideia da creche. Por exemplo, hoje, existem várias ruas
de Porto Alegre que não podem ter a frente de uma creche voltada para frente.
Vamos imaginar que o projeto de creche, o que vocês têm em mente, a frente
fosse para a avenida. Não sai! Ninguém aprova. Ponto. Entenderam?
Então,
a estas coisas, todos nós temos que nos submeter. Ah, bom, mas tem um motivo,
não tem motivo... Aí, nós vamos ver; não, realmente tem um motivo, e para nós
não tem problema, porque ele pode ser voltado para a parte interna da Vila
Hípica.
Então,
esclarecendo: não tem discussão sobre projeto e não tem discussão sobre
cadastros, não tem discussão sobre onde vão ser as casas. Existem prazos
burocráticos para a gente fazer a revalidação do EVU.
O
SR. HUMBERTO GOULART: Só
lembro, Presidente Sebastião Melo, que existe no Orçamento Participativo
pedido, pelo lado da SMED, 190 mil aqui para a região - 191, mais
especificamente. Então, isso dá para compor junto com o banco, dá para compor
como contrapartida para fazer as creches; dá para duas creches de 40, ou seja,
uma creche de 80. E as metas dizem que pode ser até 120, que pode ser a
contrapartida do banco.
Bom,
eu acho que, para as coisas não ficarem esquecidas - e a líder da região tem
razão -, eu imagino que a gente tenha que chamar a atenção para a região,
chamar a atenção. Além de fazer esta reunião aqui, a gente tem que fazer uma
caminhada; e já houve, por parte de entidades de representação pública, um dia
da caminhada pela região, aqui, para nós todos caminharmos, para as autoridades
estarem perto das pessoas, conversando durante a caminhada, trocando ideias,
conhecendo os problemas. Vai ser no dia 11 de julho, durante o dia. Nós vamos
fazer essa caminhada, vamos estar com os Vereadores, vamos estar com as outras
autoridades do Executivo, todos nós caminhando com as lideranças, com os
moradores, trocando ideias e respondendo outras coisas que não respondemos.
E,
lembro, então, que o nosso Escritório fica na Campos Velho, na Faixa Preta,
711, onde há uma equipe trabalhando sob a orientação do Rodrigo - que eu peço
para levantar, para vocês saberem quem é. Ele vai dar os encaminhamentos.
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Eu peço ao senhor para ser conciso.
O
SR. ÁLVARO BARRETO: Nós
havíamos acordado na região, no Orçamento Participativo, e nos foi pedido e
cobrado datas; e nós havíamos sugerido o dia 18, dia 25 e dia 1º de agosto. E
não pode ser antes disto, porque nós já temos lideranças e comunidade
acionadas. Então, peço por gentileza que retifique, não ratifique. Obrigado.
O
SR. HUMBERTO GOULART:
Complemente aceito, completamente aceito!. Fica retificado. Dia 18 está bom?
Dia 18 está bom. Então, dá para retificar completamente: dia 18.
Então,
pessoal, não é mais dia 11. Dia 18, a pedido das lideranças. Não tem problema
nenhum.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Meus amigos, estamos encaminhando para o encerramento. Primeiro eu quero
cumprimentar e discordar da minha amiga: eu acho que nós tivemos avanços
significativos, porque eu acho que o diálogo é o caminho da boa construção
democrática. A democracia é custosa, mas nós escolhemos esse caminho
acertadamente. E na democracia é isso. Porto Alegre escolheu um caminho certo
para potencializar a sua democracia participativa. E eu quero dizer que o nosso
Legislativo amadureceu muito nos últimos tempos, e caminha muito junto com a
democracia participativa.
Eu acho que isto aqui é
mais um exemplo de que não há conflito entre o papel do Legislativo e o papel
da democracia participativa. Saímos daqui mais fortalecidos.
Eu quero dizer, Dona
Cândida, que continuamos abertos para contribuir; se for para atrapalhar, a
senhora não conte com os Vereadores.
Em segundo lugar, quero
dizer ao Sr. Bastos, ... Só um silêncio, por favor; eu coordenei a reunião,
ouvi vocês atentamente, ouvi todos os participantes; agora, eu quero um minuto
para encaminhar a reunião, e não recebo atenção de vocês. Vocês são pessoas
educadas, e eu acho que não fica legal isto, de nós ouvirmos vocês, e, quando
eu vou encaminhar a reunião, vocês darem as costas e irem embora. Eu não quero
sair daqui com esta impressão, e, portanto, eu quero um minuto para encerrar a
reunião.
Em
segundo lugar, quero dizer ao Sr. Bastos, que, da mesma forma que fez a Dona
Cândida, se o senhor peticionar lá -, se o senhor não quiser fazer a petição o
senhor pode comparecer pessoalmente, eu mando pegar a termo -, nós vamos
encaminhar e mediar, porque este é o nosso papel.
Em
terceiro lugar, eu quero só reafirmar o papel do Legislativo, porque as pessoas
não podem querer dos Vereadores aquilo que não é da sua competência. Ao Poder
Legislativo cabe: mediar, fiscalizar e propor Leis; ao Executivo compete
governar. Então, eu não posso sair daqui com esta interpretação equivocada de
alguns. Não. O papel do Legislativo não é o papel de fazer a obra, mas é o
papel de cobrar a obra.
Eu
quero dizer, meus amigos, o clube que eu conheço no Brasil que tem o maior
número de associados - eu não conheço muito o mundo, só na leitura - é aquele
que transfere a responsabilidade - e isso é muito grave. Eu quero dizer que
aqui não tem favor de nenhum lado e nem de outro. O Brasil chegou a este
estágio urbano, que é uma questão social. Sabem quantas regiões, comunidades
como esta tem aqui em Porto Alegre? Mais de mil. E estas pessoas precisam morar
dignamente. Eu acredito que o Governo, seja ele federal, municipal ou estadual,
... todos elegem com boa intenção. Tem problemas? Tem problemas! Com os
governantes e com o povo. Com o povo e com os governantes. Ninguém no
Parlamento caiu do céu. O povo precisa ter mais atenção ao escolher os seus
representantes também, e eu digo isto aqui porque eu sou Vereador há nove anos,
aqui nesta Cidade, Presidente da Câmara pelo segundo ano. Eu nunca entrei...
Uma vez, talvez, eu tenha ido a uma comunidade aqui em vésperas do processo
eleitoral cinco anos atrás. Espera aí! As coisas precisam ter responsabilidade.
Eu quero dizer que nós estamos aqui não é de favor. Nós estamos aqui como
amanhã estaremos em outro lugar. Quero agradecer a presença de todos e dizer
que nós estamos com toda a tranquilidade para dar continuidade a este debate, e
quero cumprimentar cada um de vocês que vieram aqui, questionaram, se
posicionaram, não concordaram - isso é do jogo político. De coisa fácil eu não
gosto. Namoro fácil não é bom, e as moças novas sabem disso. Então, não tem
obra conquistada de cima para baixo, eu faço, eu resolvo. Não. Aqui na nossa
Cidade não tem espaço para isso. Eu lembro que a Dona Jurema... Onde está a
dona Jurema? A Dona Jurema... Eu guardo esse jornal até hoje, o Jornal do
Comércio, a pág. nº 3 do Albert, eu era Vereador no ano 2000. No Plenarinho Ana
Terra - acho que não chamava Ana Terra ainda -, essa cidadã chegou com um rato
na sacola! E, quando o Fortunati e eu e outros Vereadores... Porque ela não
tinha água encanada. E, como fruto daquela reunião, se conquistou a extensão da
rede. Então, vejam que aqui tem gente que luta. A Sofia relatou aqui coisas
extraordinárias. Mas eu quero dizer para vocês que vocês estão de parabéns,
porque há comunidades mais antigas do que vocês que não tiveram o avanço que
vocês tiveram. Mas, vamos ver... E eu quero dizer para vocês que eu continuo
acreditando na palavra dos homens, porque no dia que eu não acreditar mais eu
tenho de sair desta terra. Correto? Então, quero dizer o seguinte: eu respeito
a vontade do povo. Tivemos uma eleição, democraticamente, o Prefeito foi
reeleito. A maioria do povo se manifestou dessa forma, essa construção vem de
longo tempo. E eu quero dizer que eu conheço estes cidadãos aqui, como conheço
o Prefeito Fogaça, como conheci o Tarso, como conheci o Verle, que foram
grandes pessoas, como conheci o Raul Pont, o Olívio Dutra e outros caras, que
fizeram grandes e extraordinários esforços por esta Cidade. Agora, cá para nós!
O cobertor é muito curto! Todas estas obras aqui, praticamente, se dependessem
de um centavo do dinheiro depositado, hoje, no Município...Não tem. Porque
falta para Saúde, falta para pagar os funcionários, que estão aí com uma
reivindicação justa. Então, vão pagar? Vão. Em 25 cinco anos, em 30 anos, mas
teve de buscar emprestado.
Então,
não é jogo fácil. Eu quero dizer para vocês que eu conheço o Secretário
Goulart, foi meu colega, foi Presidente da Câmara, é um homem sensível, é um
médico que trabalha com muita sensibilidade. E ele, hoje, cuida do Departamento
Habitacional, e tenho certeza de que ele, juntamente, com a Secretaria de
Gestão, vai sair daqui com este sentimento: que é preciso acelerar, e isto é
expectativa da população. E, para isso, eu acho assim: reunião grande é boa,
mas, para chegar às reuniões grandes é preciso ter pequenas reuniões. Eu acho
que vocês podiam fazer aquilo que a Asa Branca fez lá, que é uma outra Vila, lá
perto da nossa FIERGS. Lá eles criaram um grupo de trabalho, o Clóvis que é Presidente
da Asa Branca, senta lá, o Valtinho vai na reunião, outros vão. Por que não
saiu? Por que o esgoto está ali? Por que está furado ali? Quer dizer, as coisas
vão avançando. Então, acho que, além da caminhada, vocês podem constituir o
grupo de trabalho, junto com o Escritório e avançar. Muito obrigado. Está
encerrada a Audiência. Quem quiser pedir a cópia do Projeto, por gentileza, é
só falar com ele.
(Encerra-se
a Audiência Pública às 21h20min.)
*
* * * *